NOTÍCIAS



11/1/2021

Debate sobre filtros para tratamento de água, efluentes e reúso é destaque no 1° Seminário Brasileiro de Filtros



A Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais, promoveu nos dias 19 e 20 de outubro, o 1° Seminário Brasileiro de Filtros. De forma virtual e gratuita, o evento abordou temas ligados à aplicação dos filtros nos segmentos industrial, tratamento de água, efluentes & reúso, residencial e automotivo, com o objetivo de promover a troca de experiências entre os profissionais do setor e estimular a geração de valor em toda a cadeia. A manhã do segundo dia do evento contou com programação voltada aos filtros para Estações de ETA/ETE & Reúso, com palestras de especialistas, que apresentaram temas atuais e relevantes ao segmento. 

Como controlar odores em Estações de Tratamento de Esgoto

As fontes emissoras de poluentes atmosféricos podem ser divididas em antropogênicas, provocadas pelo homem, como por exemplo, a emissão de gases para a atmosfera, como o dióxido de carbono (efeito estufa) ou naturais. Entre os principais poluentes atmosféricos estão os materiais particulados, óxidos de enxofre (SOx), monóxidos de carbono, hidrocarbonetos (HC) e compostos orgânicos voláteis (COVs), que são hidrocarbonetos do tipo aldeídos, cetonas, solventes clorados e substâncias refrigerantes; e os odores. “Esses compostos são geralmente encontrados em indústrias de manufatura com operação de solventes orgânicos que prejudicam a saúde e meio ambiente. Por isso, a necessidade de tratar estes compostos voláteis é fundamental”, afirmou Prof. Dr. Helvecio Carvalho de Sena, consultor da SENA & FRATES Ecologic, na palestra “O uso de filtros para controle de odores”. 

Segundo o palestrante entre os odores, sentidos pelo olfato, que é capaz de distinguir mais de 10 mil espécies químicas diferentes, destaca-se o ácido sulfídrico, cujo limite de toxidade é de 8,0 ppm, e tem limite de percepção de 0,00047 ppm, ou seja, o odor é sentido com muita facilidade. 

A taxa de emissão do odor é mais constatada na etapa de tratamento preliminar nas ETEs. Odores são fontes constantes de reclamações. Por isso, segundo o palestrante, diversas ETEs são obrigadas a modernizarem seus sistemas ou recebem multas devido ao odor, como recentemente, a Bacia Anhumas, em Campinas; e Bananeiras, em Minas Gerais. 

Sena ressalta que o problema não é só olfativo, mas algumas substâncias, como o sulfeto de hidrogênio é absorvido pelos pulmões e trato gastrointestinal e oxidado pelo fígado produz tiossulfato, convertido em sulfato e, depois, excretado pela urina. “O sulfeto de hidrogênio concentrado acima de 700 ppm pode levar à letalidade e há também efeitos neurológicos, como náuseas, delírio e dor de cabeça”, comentou.

Citou legislações sobre o tema, como a Resolução Nº 054/06, SEMA-PR, uma das melhores resoluções sobre o assunto, que estabelecia que a olfatometria deveria ser expressa em unidades do odor lançadas na atmosfera por hora, no entanto, atualmente, esta exigência foi excluída. Também O Decreto Nº 8468 de 8 de setembro de 1976, de São Paulo, que proíbe a emissão de substâncias odoríferas em quantidade que possam ser perceptíveis fora dos limites da propriedade, entre outras. 

Para controlar os odores, segundo o especialista, há diversas formas: aplicação de produtos químicos, filtros e torre de lavagem, biofiltros e biofiltros percoladores. Citou também os biolavadores, filtros de carvão ativado e lavadores de gases.

Ao final de sua apresentação, o palestrante fez algumas considerações com relação aos filtros com sistema de exaustão, como a necessidade de atenção à proximidade às residências devido aos ruídos, ter monitoramento constante para garantir a eficiência do carvão e criação de uma rede de percepção de odor. 

Tratamento de água com filtros granulares

A filtração em leito granular, processo físico-químico onde as partículas são removidas da água ao percolar através do meio filtrante, com elevada espessura de camada, podem abranger diversos materiais filtrantes, como a areia, carvão antracito, zeólita e carvão ativado. “Cada um conta com suas propriedades e o uso no processo de filtração vai depender para qual tipo de aplicação será usado”, comentou o engenheiro Henrique Martins Neto, da MSc - EQMA Engenharia & Consultoria, na palestra “Filtros granulares: um panorama no tratamento de águas”, promovida no 1º Seminário Brasileiro de Filtros, realizado pela Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais, no dia 20 de outubro.

Segundo Martins, as propriedades – densidade, massa, porosidade, coeficiente de esfericidade e área superficial, são importantes e devem ser avaliadas já que, por exemplo, quanto maior a porosidade do meio filtrante melhor será a filtração. Já com relação ao coeficiente de esfericidade, o engenheiro disse que quanto mais esférico maior dificuldade de filtração. 

Citou também as classificações do processo para filtros granulares: filtro tipo aberto e filtro tipo fechado (vaso de pressão). Com relação ao tipo de leito pode ser simples ou duplo, se duplo, Martins destacou que a camada de cima deverá ser mais leve que a debaixo para que não misture. 

Sobre o sentido da filtração, afirmou que pode ser descendente, aonde o efluente ou água vem de cima para baixo ou, ao contrário, ascendente. 

Falou também sobre a taxa de filtração, ou seja, a relação entre a área filtrante e a vazão da filtração, que é variável de acordo com tipo de filtração e meio filtrante. “Pode ser lenta, menor que 5 m³/m²/h, ou rápida, maior que 5 m³/m²/h”, esclareceu Martins, comentando também sobre a taxa de filtração típica de cada meio filtrante – areia, antracito, zeólita e carvão ativado.

Para a remoção de sólidos e suspensos, o engenheiro ressaltou que há alguns mecanismos de filtração em leito granular, como a interceptação, quando a partícula suspensa entra em contato com o grão da mídia em virtude de seu próprio tamanho; sedimentação, onde a partícula suspensa é maior do que a de água, seguindo trajetória diferente devido à influência da gravidade; difusão, quando a partícula suspensa está sujeita a bombardeio aleatório por moléculas do meio de suspensão, resultando no movimento browniano; e oxidação e adsorção. Na oxidação, há remoção de elétrons de um elemento menos eletronegativo para outro mais eletronegativo. Já na adsorção, há acumulação do contaminante na superfície do material adsorvente. Por último, lembrou-se da catalise do ácido hipocloroso, que ocorre a decloração por carbono granular, altamente eficaz porque o carvão atua como catalisador para a redução de ácido hipoclorito para íon cloreto; e da adsorção, fenômeno interfacial que permite a transferência de compostos orgânicos e inorgânicos da fase líquida para superfície sólida, ficando nela retida. 

Indicou a necessidade da retrolavagem em três casos - para quando a perda da carga através do filtro aumenta para o limite disponível ou para um menor limite estabelecido, geralmente, 1,5 a 3,0 m para filtro aberto ou 0,7 a 0,8 kgf/cm²  de perda de carga para filtro pressurizado; no caso da água filtrada se deteriorar até o limite permitido; e pelo tempo. 

Entre os tipos de filtração, destacou a convencional, flocodecantador, filtração direta e em linha. 

Para auxiliar na escolha do sistema de filtração, recomendou avaliar as características da água bruta, observando turbidez, cor aparente, cor real, densidade algal, ferro total e manganês, bem como analisar alguns parâmetros do material filtrante.

Potencial uso de membranas filtrantes na concentração e detecção do SARS-CoV-2 em amostras de esgoto sanitário

Entre as palestras sobre a utilização dos filtros em estações para tratamento de água, efluentes e reúso, o engenheiro ambiental e pesquisador Matheus Ribeiro Augusto da UFABC explicou em detalhes como funciona o Monitora Covid¸ monitoramento do esgoto para identificação da carga viral SARS-CoV-2 em uma determinada região.

Durante a sua apresentação, o palestrante demonstrou como a indústria de filtros pode colaborar com a ampliação do projeto, ao descrever o potencial positivo da utilização de membranas filtrantes para a extração dos genes virais. Segundo ele, hoje em dia o processo de separação das partículas sólidas do material coletado, feito em laboratório com o uso de centrífugas, leva duas horas. Com a filtração em membranas, método pioneiro, ganha-se tempo e eficiência, já que o material fica concentrado no meio filtrante.
As melhores opções são as de fibra-oca por apresentarem um custo menor do que a membrana eletronegativa. Após a separação do material, é usado um kit de extração de RNA e faz-se a identificação e quantificação do vírus por meio do RT-PCR.

A ação, que analisa semanalmente amostras de esgoto sanitário da região do ABC Paulista, Goiânia, Foz do Iguaçu, Brasília e da empresa Itaipu, tem servido como ferramenta complementar à vigilância epidemiológica dessas localidades e na tomada de decisões. “O monitoramento de águas residuais tem se mostrado eficaz para prever novos surtos de Covid. Estamos criando um modelo preditivo para estudar a correlação entre os casos registrados e a concentração do material genético do vírus no esgoto”, explica Ribeiro. 
Com o apoio de institutos de pesquisa e empresas como a Sabesp, a equipe da UFABC pretende ampliar o monitoramento do esgoto de outras regiões do estado e do País. “Em junho de 2020, demos início ao monitoramento. Trata-se de uma importante ferramenta de vigilância epidemiológica para o rastreamento de doenças e seus impactos na gestão da saúde pública”. 

Setor debate filtração nas estações de tratamento de água e esgoto 

A importância do elemento filtrante, muitas vezes, não tem a atenção que deveria nas estações de tratamento de água e esgoto. No entanto, segundo o professor doutor Fabio Campos, coordenador da Câmara Setorial de Filtros para Estações de Tratamento de Água, Efluentes & Reúso da Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais, mediador do debate no 1º Seminário Brasileiro de Filtros, tem extrema relevância na remoção de poluentes e na retenção de gases e controle de odores e também para obtenção de dados analíticos. Mas, há avanços no setor. “Os projetos de estações de tratamento de esgoto já estão nascendo com a preocupação com relação aos filtros com o intuito de reduzir odores”, afirmou o professor doutor Helvecio Carvalho de Sena, da SENA & FRATES Ecologic, durante palestra. Ele também ressaltou que o último projeto de despoluição do Rio Pinheiros já conta com esta preocupação. 

Questionado sobre a captação de gases gerados e medição da concentração de sulfeto, Sena explicou que, no Brasil, ele já conhece algumas empresas que coletam em frascos de teflon e têm 24h para análise em laboratório, que inclusive contam com mesa julgadora. Uma máquina faz diluições da vazão para os julgadores e, depois, é quantificado. Mas, não há legislação sobre o assunto no Brasil. 

Sobre o tempo para a substituição do carvão ativado, observou que depende da carga e da concentração dos poluentes, por isso, é importante o monitoramento de uma rede de percepção ou ter monitores dentro do sistema para dar o alerta para efetuar a troca. 

Outro ponto discutido foi a coleta de esgoto e a Covid. Matheus Augusto, que ministrou a palestra “Potencial uso de membranas filtrantes na concentração e detecção do SARS-CoV-2 em amostras de esgoto sanitário”, esclareceu que não há pesquisas que comprovem risco biológico no esgoto coletado com relação à Covid. “O vírus não sobrevive, sobram fragmentos do RNA viral, mas já existe a preocupação com relação a outros patógenos também perigosos”, disse Matheus, acrescentando que a Holanda, seguida de outros países europeus, foi uma das pioneiras em estudos relacionados ao tema. 

O engenheiro Henrique Martins Neto, da MSc - EQMA Engenharia & Consultoria, que participou da palestra sobre filtros granulares, comentou sobre a legislação e os novos padrões de turbidez exigidos na água. “Os filtros são protagonistas no processo e deverão segurar o rojão, vão estar sobre stress. Por isso, a estação de tratamento de água deve ser bem monitorada para evitar picos de turbidez e novas configurações também devem surgir com membranas e ultrafiltração”, afirmou. 

Ao final do debate, Martins falou sobre estratégia para reduzir a perda do elemento filtrante na lavagem. “Escolher bons fornecedores que ofereçam elemento filtrante de qualidade e monitoramento da vazão e pressão de operação, bem como não descuidar da manutenção dos equipamentos”, concluiu. 

Mais informações:
Verso Comunicação e Assessoria de Imprensa
www.versoassessoriadeimprensa.com.br
smrtovnice smrtovnice osmrtnicama osmrtnicama ljubuški umrli ljubuški livno umrli osmrtnice grude osmrtnicama smrtovnice sarajevo smrtovnice visoko smrtovnice tuzla smrtovnice jastuci madraci cvije?e horoscope vicevi sanovnik horoskop recepti cosmetics beauty lektire lektira knjige umrli kalkulator

associados