Atualizado há 12 meses

O papel dos filtros automotivos para o controle de contaminantes foi destaque no 2° Seminário Brasileiro de Filtros

O painel destinado a filtração automotiva trouxe importantes insights aos profissionais do mercado, debatendo a separação da água do diesel, a motorização a hidrogênio e o filtros como essenciais para o aumento de performance de veículos.
 
A 2ª edição do Seminário Brasileiro de Filtros, evento realizado pela ABRAFILTROS – Associação Brasileira de Filtros Automotivos, Industriais e para Estações de Tratamento de Água, Efluentes e Reúso, apresentou um painel dirigido à indústria automotiva. Participaram dele, Robson Bateli, especialista de produtos e mercado da UFI Filters, Daniel Fernando Monge Nogueira, Mestrando em Engenharia Mecânica com Ênfase em Produção do Centro Universitário FEI e Denis Nascimento, Supervisor de Engenharia de Desenvolvimento de Produtos de filtração na Parker Hannifin, que compartilharam seus conhecimentos na área com os participantes do evento. 
Na primeira parte do painel, Bateli demonstrou como os filtros com alto poder de filtragem contribuem para um melhor funcionamento dos equipamentos e melhora do meio ambiente.
Segundo o executivo, o diesel chega ao mercado com elevado grau de impurezas, muitos resíduos sólidos e água, comprometendo o desempenho dos veículos e funcionamento dos bicos injetores. Logo, os filtros automotivos exercem uma função muito importante na proteção dos componentes desses equipamentos ao garantir a limpeza desse combustível.  “Quanto mais seco e limpo estiver o diesel, garantimos mais economia e ganhos ambientais”, explica. 
A norma ISO 4406 que define o nível de impurezas aceitáveis no diesel, de acordo o método KF (Karl Fischer), serve como parâmetro para a indústria. Ela indica o tamanho e quantidade de partículas aceitáveis em 100ml de combustível.
No Brasil, o diesel está na classe de contaminação 22//21/18, ou seja, mais do que 4 microns e 20.000-40.000 em um mililitro. As montadoras exigem que esse nível seja 18/16/13 para assegurar o bom funcionamento do veículo.
De acordo com Bateli, a indústria de filtros hoje entrega o diesel a nível 11/8/7. “Com os filtros de alto desempenho, o bico injetor trabalha com um combustível muito mais limpo do que aquele exigido pelas montadoras, aumentando a vida útil do equipamento”. 
Os filtros de alto desempenho são capazes de destruir as micropartículas que danificam os bicos injetores, estendendo a sua vida útil e a eficiência em três vezes mais.  “Com os níveis de limpeza mais altos, aumentamos a disponibilidade do equipamento e com isso a lucratividade”.
 
De olho no Futuro
Já no Momento Acadêmico do painel, destinado a apresentação de estudos que visam o desenvolvimento do setor, Daniel Fernando Monge Nogueira, Mestrando em Engenharia Mecânica com Ênfase em Produção do Centro Universitário FEI, falou sobre a motorização a hidrogênio e o papel da filtração automotiva.
A transição energética em busca de soluções que impactem menos o meio ambiente serviu de pano de fundo para o pesquisador apresentar o que se espera da indústria de filtro para os próximos anos.
A descarbonização e a consequente busca por energias limpas têm levado ao surgimento de novas tecnologias. O uso de hidrogênio como combustível é uma delas.  Segundo Nogueira, a mistura entre etanol e hidrogênio em um motor a combustão exige um filtro de alta performance para que o oxigênio saia muito limpo para atingir os requisitos de emissão zero.
Em veículos equipados com célula de combustível, a filtragem tem o papel de inibir a entrada de contaminantes que comprometem o sistema e também de separar água para garantir o arrefecimento dessa célula.  Portanto, seriam necessários dois filtros. Ainda de acordo com Nogueira, essa solução ainda está em estudos e seus resultados tendem a contribuir ao processo de desenvolvimento deste tema de tamanha relevância ao setor de filtros.
Por fim, o supervisor de Engenharia de Desenvolvimento de Produtos de filtração na Parker Hannifin, Denis Nascimento, apresentou como os filtros atuam na separação da água no biodiesel, combustível muito usado no Brasil como alternativa para diminuir os impactos ambientais.
De acordo com ele, esse processo é mais difícil do que no diesel puro, já que o biodiesel é resultado da mistura do diesel com várias matérias-primas e, por isso, é chamado de combustível vivo. Logo, a separação da água no combustível torna-se tão importante por carregar microrganismos e perda de eficácia ao motor. “A contaminação de água nos combustíveis é o maior fator de impacto de performance nos motores diesel, e com a adição de biodiesel, a capacidade de absorção no combustível é aumentada”.
Durante a apresentação, Nascimento mostrou que apesar do limite de quantidade de água presente no diesel ser 200ppm, conforme a EN590, o biodiesel pode absorver até1.600ppm, seja ela dissolvida, livre ou emulsificada.  Portanto, com o advento do biodiesel que mudou a composição do diesel, os métodos tradicionais de separação de água têm sofrido alterações.
Nesse cenário, Nascimento aponta os filtros coalescentes como os mais promissores para separar a água do biodiesel, principalmente quando está em gotículas já que os tipos barreira falham com IFT<15mN/m.
 
Sobre a Abrafiltros:
Criada em 2006, a Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros Automotivos, Industriais e para Estações de Tratamento de Água, Efluentes e Reúso – tem a missão de promover a integração entre as empresas de filtros e sistemas de filtração para os segmentos automotivo, industrial, tratamento de água, efluentes e reúso, representando e defendendo de forma ética os interesses comuns e consensuais dos associados.
 
Mais informações:
Verso Comunicação e Assessoria de Imprensa
Jornalista responsável – Majô Gonçalves – MTB 24.475
www.versoassessoriadeimprensa.com.br 

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