A ABRAFILTROS – Associação Brasileira das Empresas de Filtros Automotivos, Industriais e para Estações de Tratamento de Água, Efluentes e Reúso, acaba de disponibilizar o primeiro episódio da temporada 2024 do “Conversa com o Associado”, videocast transmitido no seu próprio canal do YouTube. Desta vez, a entrevista é com Nuno Silva, diretor comercial da ACT Carbon, empresa associada da Abrafiltros, focada na comercialização de carvão ativado – granulado, pulverizado e peletizado, distribuidor exclusivo do produto da marca tradicional, fundada em 1945, a Carbomafra. “O princípio do carvão ativado nada mais é do que o usado na churrasqueira no dia a dia, onde é feito um primeiro processo de carbonização. Só depois vai para um processo de ativação”, disse Silva.

Durante a entrevista explicou que há uma variedade de carvões ativados. Pode ser de origem vegetal ou mineral, granulado, peletizado e pulverizado (pó), e dentro de cada um deles há infinitas malhas de tamanhos, dependendo do filtro em que será utilizado. Também existe o quesito qualidade do carvão, variando as questões técnicas. “Atuamos em quase todos os mercados em que o carvão ativado está presente. Apresentamos a solução adequada para cada cliente tanto em nível de granulometria, quanto em qualidade, de forma personalizada para o cliente”, destacou o diretor da ACT Carbon, acrescentando que fazem também alguns serviços, como de assistência para o cliente saber quando deve substituir o elemento filtrante. Deu um exemplo – quando o cliente retira a amostra do carvão ativado e envia para a ACT Carbon para testar o valor do iodo, que está diretamente ligado à capacidade de filtração, identificamos o estado de vida do carvão e o período em que deverá ser trocado. “Quanto maior o iodo, mais o carvão está filtrando”, comentou.

Ao ser questionado por Adriano Bonazio, gerente de Comunicação & Marketing da Abrafiltros e entrevistador do Conversa com o Associado, sobre a possibilidade de reativação do carvão, Silva alertou para alguns cuidados. “Uma indústria que usa o carvão ativado para filtrar certos gases ou determinados solventes se conseguir fazer a reativação só poderá utilizá-lo na mesma aplicação”, afirmou. Explicou que o carvão deverá ser encaminhado para uma fábrica específica para reativação, pois o forno é diferente do forno de ativação.

Apesar de o carvão ativado ser bastante utilizado em filtros residenciais e em estações de tratamento de água, há potencial no segmento automotivo. “Fora a filtração da água para torná-la potável, há outros líquidos a serem filtrados, como o xarope na indústria de refrigerantes, ou, por exemplo, no processo de fabricação de açúcar para tirar a cor amarelada e deixá-lo branco; também para filtrar ar, numa indústria para filtrar certos gases”, esclareceu. No Brasil, ressaltou que outro mercado que está evoluindo muito e pode usar o carvão ativado é o de biogás, biometano, onde um dos maiores produtores é o de excrementos de animais. “É o mesmo princípio usado nos carros, no cânister, que tem um filtro de carvão ativado, um mercado que usa muito esse produto”, disse.

Ressaltou que, além do mercado de filtração, existe o de recuperação. “Há processos em que são utilizados solventes muito caros, onde o carvão ativado realiza a adsorção e depois se faz um processo para recuperar estes solventes”, afirmou Silva, acrescentado ainda que no mercado de ouro o carvão ativado também é muito usado.

O diretor da ACT Carbon lembrou que, há muitos anos, começaram a perceber que o carvão ajudava a filtrar a água, quando colocavam carvão dentro das barricas de água para não ficarem doentes. Com o carvão a água ganhava durabilidade. O carvão acabou por acompanhar os processos de filtração tanto de ar como de líquidos e gases. “Dependendo do filtro e sistema, o carvão ativado acaba sendo uma opção com boa relação custo-benefício”, disse.

Bonazio ressaltou a importância da divulgação das informações sobre o mercado de carvão ativado e que a ACT Carbon conta com um Blog no site www.actcarbon/blog/, onde gera diversos conteúdos sobre o tema. Disse que a Abrafiltros promoveu 2023, o 2º Seminário Brasileiro de Filtros e um dos temas abordados foi o carvão ativado. Ainda segundo Adriano, o palestrante destacou a comunicação entre os fabricantes de filtros e os fabricantes de carvão ativado como fundamental para o mercado. Silva concordou e acrescentou: “Além disso, há empresas especializadas que podem ser contratadas para apresentar soluções para os processos de filtração da indústria, capacitadas e que contam com relacionamento com os fabricantes de carvão ativado”. Mas, explicou que, muitas vezes, essas empresas montam o sistema e oferecem três anos de garantia, período em que a indústria compra com elas as matérias primas e elementos filtrantes e depois deixam de ter o acompanhamento deles e fazem por conta própria. “É muito importante que quando a gestão é interna, os profissionais também precisam ter o conhecimento sobre o assunto”, enfatizou. Por isso, para ele, é importante também a comunicação com o consumidor final.

Sobre a tecnologia, Silva falou que é importante o investimento do monitoramento do produto, focar no que está saindo do filtro, mas também no que está entrando, nas concentrações do que está entrando, especialmente, no mercado de filtração de água.

Com relação à trajetória da ACT Carbon, disse que durante a pandemia a empresa passou por turbulências, incertezas, sobe e desce de preços de matérias primas e frete, como quase todos os mercados. Mas, após esse período, a ACT Carbon melhorou muito e conseguiu oferecer toda a gama de produtos para todos os mercados, inclusive, itens personalizados.

Perspectivas – Evidenciou a importância da tecnologia, do monitoramento de todos os processos, das normas, especialmente, relacionadas ao meio ambiente. “Na Europa, tudo que é renovável, como a reativação do carvão, ou tem incentivo ou se está sendo incentivado a fazer”, afirmou. No Brasil, segundo Silva, o tema é mais embrionário, comparativamente à Europa, mas, agora, deve mudar bastante, com o Marco do Saneamento e outras iniciativas. “A ACT Carbon está caminhando junto com opções mais verdes, ecologicamente viáveis, buscando matérias primas mais sustentáveis”, disse.

Sobre a Abrafiltros, disse que faz um importante papel na troca de informações e que, com a associação, fica mais fácil observar as evoluções do mercado de filtros. “É uma associação de fabricantes de filtros que usam carvão ativado, até nos surpreendemos de não ter nenhum outro fabricante do nosso segmento. Nosso intuito é trocar experiências, passar informações sobre o nosso mercado e estarmos presentes dentro da associação como uma opção de fornecedor de carvão ativado”, concluiu.

Para assistir o episódio na íntegra, basta acessar o link https://www.youtube.com/watch?v=N5iIGJbd0CM, aproveite também para se inscrever no canal do YouTube da Abrafiltros e acompanhar as novidades do setor.

 

Criada em 2006, a ABRAFILTROS – Associação Brasileira das Empresas de Filtros Automotivos, Industriais e para Estações de Tratamento de Água, Efluentes e Reúso – tem a missão de promover a integração entre as empresas de filtros e sistemas de filtração para os segmentos automotivo, industrial e tratamento de água, efluentes e reúso, representando e defendendo de forma ética os interesses comuns e consensuais dos associados.

 

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