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11/12/2018

Mais filtros em ônibus e caminhões para maior proteção dos sistemas e controle de gases poluentes




Para atender às atuais exigências ambientais com relação à emissão de gases – Euro 5 –, foram introduzidos novos filtros na linha pesada, como os arlas, ar-óleo e cárter. “Esse aumento na quantidade de filtros tem como objetivo proteger ainda mais o veículo, por exemplo, os chamados caminhões superpesados, que já possuem três filtros de óleo. Os elementos filtrantes que compõem os filtros de óleo, combustível e separadores também têm novas composições químicas e menor micragem” – afirma Ricardo Yuso Hiratzuka, engenheiro técnico da Seineca.
Vamos conhecer os tipos de filtros usados nos caminhões e ônibus, suas funções e importância para manter o veículo funcionando bem. A primeira dica é escolher marcas que forneçam filtros de qualidade e características técnicas adequadas e consultar sempre o manual do proprietário e as especificações do fabricante. Os filtros mantêm todos os fluidos livres de contaminantes que possam afetar o desempenho dos sistemas. O que diferencia um filtro é o fato dele oferecer alta proteção sem que haja restrição do fluxo desse fluido. Nas linhas pesada e leve, são usados filtros de ar, óleo, combustível e ar-condicionado. Mas alguns filtros são para a linha pesada: filtro de ar secundário ou elemento de segurança, separador de água/diesel (sedimentador), separador ar-óleo, hidráulico de direção, ureia, do sistema Arla 32, desumidificador do freio, de arrefecimento, cárter, câmbio, hidráulico da transmissão, centrífugo, do respiro do tanque e do respiro do motor.  
Todos estes filtros protegem os sistemas, retendo os contaminantes que vêm do ambiente externo ou gerados internamente. “Os filtros ligados ao sistema de alimentação, ar e diesel, atuam para que o motor trabalhe no regime correto, sem consumo excessivo de combustível e sem aumento das emissões de poluentes, além de proteger seus componentes. Já os de óleo, de transmissão, câmbio, arrefecimento e de ureia agem para que os fluidos permaneçam isentos de impurezas prejudiciais às partes dos sistemas” – explica Ronilso Toledo, supervisor de assistência técnica da Sogefi Filtration do Brasil.

Filtros da linha pesada 
Filtro do ar – Bloqueia a entrada de partículas e impurezas indesejadas, fazendo com que o ar que entra na câmara de combustão, no carburador, no sistema de injeção e nos cilindros fique limpo, o que evita o desgaste prematuro das peças móveis do motor, aumentando sua vida útil e rendimento. Apenas 100 ou 200 gramas de poeira são suficientes para danificar um motor a diesel. A granulometria dessas partículas tem dimensões mínimas e qualquer falha de fabricação pode acarretar uma região livre de filtragem. 
“Trocar o filtro de ar evita o consumo excessivo de combustível, o superaquecimento do motor, a perda de potência e o aumento de gases poluentes pelo escapamento. É preciso fazer periodicamente uma inspeção visual nele” – indica Mateus Nascimento, da assistência técnica da Tecfil.


Quem determina o período de troca do filtro de ar é o ambiente de trabalho. “Por exemplo, uma máquina colheitadeira em um ambiente de trabalho severo e um caminhão rodando com sua tonelagem ideal em uma via desobstruída. Quem trocará o filtro primeiro?” – indaga João Lucena, supervisor técnico da Wega Motors. 
Nunca se deve limpar o filtro do ar com ar comprimido. “Quando jatear o ar, estará arrebentando os poros do papel, aumentando a micra e a probabilidade de problemas no motor e reduzindo sua eficiência. Algumas máquinas,  ônibus e caminhões com motores mecânicos têm medidores de restrição a vácuo. Já os caminhões MAN Latino América e Mercedes-
Benz com motores Euro V vêm equipados com medidores de restrição eletrônicos, o que facilita a verificação da saturação dos filtros do ar do motor” – esclarece Lucena. 
Filtro de ar secundário ou de segurança – Melhora a eficácia e aumenta a vazão, garantindo também a qualidade do ar que entra no motor. Trabalha em conjunto com o filtro de ar, na sua maioria, utiliza-se uma manta de non woven como meio filtrante. 
Filtro do óleo lubrificante – Lubrifica o motor mantendo as características do óleo, circulação uniforme e eficiência durante seu uso, impedindo a passagem de partículas geradas pela fricção das peças móveis e da combustão, poeiras e outras impurezas que entram pelo ar e pelo combustível, o que evita desgastes dos componentes internos e aumenta a vida útil do motor. Se o prazo da troca passar ou o filtro ficar saturado pode causar passagem de óleo sujo para o motor com partículas que podem danificar pistões, cilindros, anéis, válvulas, bronzinas, virabrequim, eixo comando e mancais. O desgaste prematuro de peças faz com que o motor fique fumando, tenha barulhos indesejáveis e trave ou funda por falta de lubrificação, além de que os custos com manutenção serão bem mais altos. 
De acordo com Lucena, da Wega Motors, a linha pesada adota a manutenção de acordo com seu veículo: maquinários agrícolas, motores estacionários e equipamentos fora de estrada utilizam o horímetro, ou seja, a cada 300 h ou 500 h, trocam-se óleo e filtro, o que depende do óleo e do equipamento ou conforme manual. Já ônibus e caminhões, como não têm horímetro, adotam como quilometragem-padrão 20 mil km a 30 mil km. 
Ele cita que é preciso verificar o sistema de trabalho; em um roteiro, por exemplo, quanto tempo um ônibus fica parado em cada ponto, em cada semáforo, em seu ponto final etc. “O motorista não desliga o veículo, o motor continua funcionando e o desgaste vai ocorrendo. Mas o hodômetro está parado, ele só marca quando o veículo anda. Não está sendo considerado como tempo de trabalho, o que é chamado de ‘quilometragem cega’, pois o motor funcionou, trabalhou e ocorreu desgaste, porém, no hodômetro não registrou, ou seja, começará a haver mais problemas, que serão atribuídos ao filtro ou óleo, o que não é realmente verdade” – desmistifica Lucena.  


Filtro de combustível – Localizado entre o tanque de combustível e o motor, é vital ao bom desempenho do motor porque elimina impurezas/sujeiras do diesel e partículas indesejadas, como pó, ferrugem e resíduos, antes dele entrar no sistema de combustão. Se o filtro passou do prazo da troca ou acabou saturado ou danificado, pode gerar falhas no sistema de alimentação de combustível e comprometer o carburador, o sistema de injeção e a bomba de combustível, especialmente os bicos injetores, provocando falhas e afetando o rendimento. Se tiver baixa eficiência ou baixa qualidade, pode danificar o sistema de combustão. Além de que sua vida útil pode ser reduzida se o combustível for de má qualidade. A troca é feita a cada 15 mil km ou 20 mil km, ou conforme orientação do manual do veículo.
“Os filtros têm sido acusados de serem os ‘vilões’, quando, na verdade, retêm partículas encontradas no combustível e a concentração de partículas em diesel é muito alta, o que reduz a vida útil de um filtro com eficiência alta” – adverte Lucena. Agora quando a eficiência é baixa, o filtro não satura. “Porém, o veículo pode apresentar defeitos no sistema de alimentação, o que será bem mais custoso do que só trocar um filtro” – alerta.
Outra questão importante relacionada é saber a procedência do combustível, pois há biodiesel sendo misturado no diesel puro. Lucena diz que estamos evoluindo a passos muito lentos para a tecnologia B100, citada no site da Agência Nacional de Petróleo (ANP). “O diesel usado hoje tem saturado precocemente nossos filtros devido aos altos níveis de mistura entre diesel e biodiesel. Nossos veículos ainda não estão preparados para tal mistura” – aponta Lucena.  
“A busca por motores com alta performance exige sistemas de combustível com pressões cada vez mais elevadas, componentes com menores tolerâncias e demanda crescente por filtros mais eficientes” – ressalta Bernardo Salles, líder técnico da Fleetguard LATAM – vendas aftermarket da Cummins. Porém, segundo ele, além do uso crescente de biodiesel, há poucos avanços na qualidade do armazenamento do combustível ao longo da cadeia de suprimentos. 
Ele explica que um dos maiores contaminantes dos componentes do sistema de combustível são as partículas de água advindas da condensação do ar durante a aplicação normal e/ou armazenamento do diesel. “Quando é gerada uma camada de água propícia ao desenvolvimento de microrganismos que, ao formarem partículas sólidas e resíduos químicos, contaminam o combustível ali presente. Todas essas fontes de contaminações, aliadas ao uso de motores modernos correntes e com componentes sensíveis, fazem com que os custos de operação cresçam quando usados filtros de performance baixa ou mediana” – alerta Salles. 
Filtro separador de água do diesel (sedimentador) – Preserva o motor da corrosão causada pela água dentro do sistema. Atua no sistema de alimentação de combustível ao motor para separar água presente no diesel que se decanta quando o veículo permanece inativo por um tempo. A baixa eficiência de separação pode reduzir a vida útil da bomba injetora, provocar corrosão (oxidação) nos componentes e até a perda do motor. 
A vida útil do filtro reduz se o combustível for de má qualidade. O diesel é higroscópico porque absorve naturalmente a umidade do ar. 
Os pré-filtros Racor, da Parker, por exemplo, inclusive seu lançamento Emax, têm eficiência em separação de água superior a 99%. Com o sistema Aquabloc, força rapidamente que a água se posicione na parte mais baixa do filtro e se mantenha nesta posição porque é mais pesada que o diesel, necessitando da drenagem diária. Por isso, no filtro sedimentador, é preciso drenar frequentemente a água ou, no mínimo, duas vezes por semana, senão, pode causar problemas de excesso de água, altas temperaturas do motor e o enxofre (S), provocando oxidações em seus bicos injetores e unidades, caso o motor seja eletrônico. 
Filtro de cabine (ar condicionado) – Preserva o bom funcionamento do ar- condicionado e melhora a qualidade do ar interno do caminhão ou ônibus, minimizando a proliferação de bactérias e fungos causadores de maus odores e doenças respiratórias. Retém impurezas nocivas à saúde humana que, pelo sistema de ventilação interna/ar condicionado, entram na cabine, como poeira, fuligem e gases, fazendo com que o ar chegue mais puro ao seu interior. Por conter elementos de filtração química, retém gases com ozônio e monóxido de carbono e odores indesejáveis, como o de escapamento de caminhões, queimadas e poluição, evitando sua entrada no veículo. Dependendo do ambiente em que o veículo circula, é preciso fazer sempre uma inspeção visual no filtro. Caso o filtro não seja trocado no prazo ou fique danificado, não vai barrar a entrada de impurezas e cheiros da rua, podendo bloquear o fluxo de ar e ser fonte de contaminantes ruins para a saúde dos ocupantes, além de causar quebra de algum componente do ar-condicionado.
Filtro do sistema Arla 32 – Protege o sistema eletrônico de controle de injeção do fluido Arla (Agente Redutor Líquido de Óxido de Nitrogênio Automotivo), que reduz as emissões de poluentes da queima do diesel. 
Por ser uma nova tecnologia, existem muitos mecânicos com dúvidas, sem saber como funciona. “O filtro retém as partículas encontradas no Arla, porém, assim como em outros componentes químicos, muito desse composto é adulterado. Muitas empresas fabricam Arla e revendem sem nenhuma fiscalização, o que prejudica o filtro, que é desenvolvido para filtrar o Arla. Toda tecnologia do papel (mídia filtrante) atende normas, quando um Arla é adulterado, o filtro apresentará problemas” – esclarece Lucena, da Wega Motors. 
“Quando há adulterações, o filtro não aguenta os 100 mil km que deveria durar. Muitos motoristas, frotistas e donos de empresa vêm reduzindo o período de troca dos filtros, pois os sistemas não têm respondido bem ao Arla encontrado no mercado. Caso o Arla adulterado chegue ao veículo ou o filtro não seja substituído no tempo correto, podem ocorrer consequências graves” – diz Lucena. Entre elas, perda de potência, saturação precoce do filtro particulado, entupimento da colmeia do catalisador e total parada do veículo por ineficiência em sua alimentação e queima de gases.
Filtro desumidificador de freio (secador de ar) – Retira a umidade do ar e mantém o ar que circula pelo sistema de freio seco, garantindo que as partes móveis do compressor de ar não sejam oxidadas. Caso exceda o tempo de troca, pode ocorrer a perda funcional no sistema de freio. Em alguns casos, dependendo da tecnologia do filtro, retira do óleo também. Quando não é feita a troca no período correto, que é de 60 mil km a 80 mil km, pode saturar, a sílica interna vazar e entupir o sistema e o caminhão ficar com o sistema de frenagem comprometido, com risco de acidentes graves. Não se deve ficar acelerando o veículo para encher o cilindro de ar mais rápido porque superaquece o sistema, comprometendo o filtro.
Filtro separador ar-óleo – Protege o sistema pneumático de que partículas de óleo circulem no sistema.
Filtro para o sistema hidráulico de transmissão – Protege o sistema de transmissão, para que possa gerar a força necessária com a menor pressão de trabalho. Seu mau funcionamento e/ou se exceder o prazo de troca pode danificar as partes móveis, engrenagens e correias e dificultar a troca da marcha. 
Filtro para o sistema hidráulico de direção – Atua no sistema de direção para ter força com menor pressão. Elimina contaminantes como partículas abrasivas e de metal geradas pela fricção das peças do sistema hidráulico, garantindo sua eficiência. Seu mau funcionamento e/ou caso passe o prazo de troca fará com que a direção fique mais rígida, dificultando a mobilidade do caminhão.
Filtros centrífugos – Auxilia na limpeza do óleo do motor e possui um método específico para a separação dos contaminantes.
Filtro de água ou arrefecimento – Protege o sistema de arrefecimento do motor através da liberação de aditivos depositados no interior do filtro, ou via esferas e pastilhas que, conforme o motor funciona, liberam o aditivo com a água para a limpeza/manutenção do sistema. Mantém o líquido que circula no motor com baixos níveis de contaminantes. O líquido faz a troca de calor causado pela combustão com o ambiente externo, ou seja, funciona como um sistema de refrigeração e, para isso, precisa estar limpo, conforme especificação do fabricante. Filtra a água utilizada para refrigerar o motor, garantindo que o sistema de arrefecimento através das pastilhas presentes nos filtros entrem em ação contra qualquer tipo de corrosão, protegendo e gerando durabilidade do radiador.
Filtro da água é específico para motores mecânicos onde existe sistema de arrefecimento mais complexo. Este filtro tem em sua composição papel e pastilhas aditivas que inibem a corrosão do filtro e do sistema. “Muitas vezes,  não colocam aditivos no sistema por já haver aditivo no filtro, porém, a quantidade de aditivo no filtro é para a proteção do filtro. Já para a proteção do sistema, deve-se usar água desmineralizada e o aditivo à base de monoetilenoglicol que protegerá o sistema contra oxidações, desgaste por altas temperaturas etc.” – explica Lucena. O filtro existe para reter as partículas despregadas da tubulação metálica do motor, evitando com que elas voltem a circular no sistema, e deve ser trocado sempre que for feita a manutenção do sistema de arrefecimento.
Filtro do respiro do tanque – Filtra gases e vapores expelidos pelo tanque de combustível, evitando a criação de borras e provável entupimento do respiro. Ele impede que a umidade externa passe para dentro do sistema. Deve ser trocado, em média, de 40 mil km a 60 mil km ou conforme manual técnico do veículo.
Filtro do respiro do motor – Filtra gases expelidos pelo motor. O respiro é na tampa dianteira do motor. A mangueira é encaixada em uma válvula, que dificilmente dá defeito, a qual é encaixada no motor e controla a saída de pressão do cárter. Removendo-a, é encontrado um filtro de vapor de óleo que é trocado a cada 60 mil km. Se esse filtro estiver entupido, a pressão não sai. O defeito pode ser desgaste interno do motor.
Filtro do cárter – Filtra os gases que se acumulam no cárter.
Filtro do câmbio – Filtra o óleo que lubrifica o câmbio.
Filtro do fluido ureia – Filtra o particulado fluido ureia usado no sistema SCR (Selective Catalyst Reduction), contribuindo para a redução das emissões de poluentes e adequando-se ao Proconve P7 (legislação europeia conhecida como Euro 5).

Avanço dos filtros
Fabricantes de motores, de mídias filtrantes e de filtros atuam em conjunto para o desenvolvimento de sistemas de filtragem e filtros mais eficientes. Entre os filtros mais recentes está o do sistema do Arla 32. Composto de 32,5% de ureia de alta pureza em água desmineralizada, são usados com o sistema de Redução Catalítica Seletiva na redução química da emissão de óxido de nitrogênio nos gases de escape dos veículos a diesel. 
Os filtros acompanham a evolução do setor automotivo. “São focados em entregar melhor eficiência energética, poluir menos e garantir que todo o sistema de filtragem funcione corretamente, aumentando a vida útil dos caminhões e ônibus” – diz André Gonçalves, consultor técnico da Mann-Filter.


Foram muitos os avanços dos filtros, como o papel multigrade, Aquabloc para combustível, com papel sintético para filtragem do óleo, com tripla camada. “Hoje caminhões são equipados com óleo 100% sintético 10W40, o que, para muitos, é motivo de espanto, pois é uma viscosidade de óleo, utilizado somente na frota leve” – salienta Lucena, da Wega Motors. 
A exemplo dos filtros da Parker, a tendência é o uso de carcaças plásticas. A matéria-prima mais usada é o plástico reciclável e o papel especial de fácil decomposição. Os filtros ecológicos protegem os motores e previnem a poluição, preservando o meio ambiente. 
A linha ecológica cresce cada vez mais, sendo usada em filtros refil e aplicada em filtros blindados com carcaça 100% plástica.
Com a linha ecológica, vieram os filtros com sistema de termofusão, onde já não se usa nenhum tipo de adesivo, como plastisol aderente nem poliuretano. “A termofusão aumenta a área filtrante, melhora o aspecto visual, a resistência ao descolamento, entre outros benefícios. Com a termofusão e a não utilização de adesivos, o que descartamos é o papel, pois o polímero plástico – náilon e polipropileno – é energia renovável que pode ser reutilizada em novos produtos” – ressalta Lucena.
“Pelo fato de não usar nenhum tipo de aderente químico ou adesivo plástico, esse processo melhora o desempenho e eficiência dos filtros” – complementa Fernando Pizani, consultor técnico comercial da Filtros Turbo. Na questão ecológica, o descarte de resíduos químicos é totalmente reduzido para o meio ambiente e a matéria-prima papel e derivados do plástico podem ser reutilizados em segmentos de reciclagens.

Novidades e lançamentos
Os pré-filtros de combustível Racor, da Parker, têm alta eficiência na separação de água (99%) devido ao meio filtrante patenteado Aquabloc e o lançamento do pré-filtro de combustível Emax, com peso 50% menor, revolucionou o mercado, oferecendo muitas vantagens. Uma das principais é sua construção em plástico PA66 com 30% de fibra de alta resistência e durabilidade. A Parker realizou testes dele em todas as aplicações com altos desempenhos, colhedoras, caminhões pesados, médios e leves e geradores, já validou e fornece para as grandes montadoras de caminhões e ônibus.  
O Emax possui conexões do filtro injetadas junto com o cabeçote plástico, o que economiza duas conexões e o custo de montagem delas, além de reduzir o risco de vazamento entre o filtro e a conexão fixada nele. Outra vantagem é a utilização de Válvula Patente, que evita o uso de filtros de baixa qualidade, os quais não atendam às especificações do fabricante, já que são realizados  testes e validações para implementação dos filtros e o uso de filtros de baixa qualidade pode trazer sérios danos ao motor e, consequente, aumento dos custos de garantias.
Este filtro reduz custos de manutenção e com logística reversa, porque substitui apenas o elemento filtrante. No caso da logística reversa, após ser prensado para a retirada do óleo, pode ser incinerado. Ao contrário do convencional, que precisa da retirada da carcaça e do clipe metálico para depois ser feita a prensagem e retirada do óleo e, em seguida, a incineração. 
O foco da Freudenberg em relação a sustentabilidade e produtos eco-friendly é reduzir o consumo de energia com portfólio capaz de ter maior eficiência de filtragem e oferecer menor resistência à passagem do ar, com menor perda de carga, menor consumo energético, ou seja, menor consumo de combustível. 
A Mahle lançou o Clean Line, novo conceito de filtro separador de água usado em caminhões, ônibus e máquinas. Quando os filtros são expostos à passagem de combustível com contaminantes, o grau de eficiência de separação de água cai da condição nova, próxima a 96%, para níveis abaixo de 15%. Enquanto os sistemas de filtração convencionais operam em um único estágio, o filtro Clean Line atua com dois. 


No primeiro estágio, há filtração do contaminante presente no diesel e aglomeração das gotas de água. No segundo estágio, faz-se a separação das gotas de água aglomeradas no primeiro estágio sem a presença do contaminante. Como o contaminante fica preso no primeiro estágio, a separação de água está protegida no segundo estágio. Testes de campo e de laboratório comprovaram que a filtragem em dois estágios é vantajosa em médio e longo prazo, mostrando-se superior aos sistemas tradicionais.
A Fleetguard, da Cummins, desenvolveu filtros de combustível com o meio filtrante Nanonet de retenção de partículas, suportando em redução custo de operação. Sendo cartuchos criados com nanotecnologia, é um dos elementos filtrantes de maior performance no mercado mundial. 
O meio filtrante com papel multigrade da Tecfil é composto por uma camada de fibra de celulose e outra de fibra sintética, dando ao filtro maior poder de retenção e filtração e alta eficiência e aumentando a vida útil do elemento e do motor.
As principais novas tecnologias da Donaldson são: a Powercore, filtros de ar menores que substituem filtros tradicionais quatro vezes maiores, tendo o mesmo nível de desempenho e eficiência; Linha Blue – Ultraweb, mídia filtrante (papel) à base de nanofibras usada em filtros de ar. As mídias comuns de celulose possuem fibras de cerca de 15 micra, enquanto a Ultraweb tem fibras de 1 mícron e maior capacidade de reter partículas contaminantes, o que faz os filtros durarem três vezes mais que o meio tradicional; e Linha Blue Synteq, mídia filtrante sintética à base de nanofibras que tem as mesmas vantagens do Ultraweb, porém, é usada para aplicações em filtragens de líquidos.
Devido às crises de rinite e alérgicas, entre outros problemas relacionados ao ar que as pessoas têm hoje em dia, a Hengst colocou no mercado filtro que, além de reter impurezas (filtros de pólen) e odores + impurezas (filtros de carvão ativado), também retém bactérias (filtro de cabine/ar-condicionado linha Blue.care), por ter cinco camadas de filtração.


Questão de sobrevivência
Para Marcio Cirino, gerente de desenvolvimento de mercado vendas transportation OEM/OES da Parker Hannifin, hoje a manutenção preventiva tem sido uma questão de sobrevivência no mercado de caminhões e ônibus. “Pela alta competitividade do setor, os grandes frotistas ou mesmo os pequenos e usuários finais não podem arcar com manutenções corretivas, que são mais caras e demoradas” – analisa. 
Cirino diz também que a baixa qualidade do diesel, aliada ao aumento anual de biodiesel em sua composição, tem feito com que o não atendimento das exigências de manutenção preventiva pelos fabricantes de caminhões e ônibus venha a causar até a perda de garantia. “Hoje mais de 60% dos caminhões e ônibus saem das concessionárias com contrato de manutenção e a peça mais vendida nelas são os filtros” – afirma.
Há um aumento da mão de obra qualificada e aplicação em frotas. “Assim, é possível contratar engenheiros e/ou técnicos nas pequenas unidades, frotas. Com isso, a manutenção preventiva é disponível e aplicada em grande quantidade de frotistas” – assinala Djalma Baúte, gerente-geral da Polifiltro. 
Há uma maior preocupação por parte das grandes frotas também. “De forma geral, os pequenos e médios trocam o filtro apenas quando ofertado, numa revisão do equipamento, por exemplo. A cultura de troca do filtro antipólen, por exemplo, ainda está engatinhando no país, porque não existe uma lei específica sobre a limpeza dos sistemas de ar-condicionado” – conta Rodrigo Madeira, diretor regional da Freudenberg Filtration Technologies.
A Cummins observa melhorias nas práticas de manutenção dos grandes frotistas que buscam redução gradativa nos custos totais de operação de sua frota. “Temos um passivo de uma frota circulante com mais de 10 anos que apresenta maior criticidade de limitações de manutenções preventivas e alto índice de manutenção corretiva por uma cultura operacional alinhada à limitações de investimentos” – relaciona Salles.
A crise financeira do país também pode ser motivo de negligência. “Não há como afirmar que a diminuição na frequência de trocas de filtros se deve por displicência do condutor ou é decorrência da crise financeira que se abateu no mercado” – avalia Hiratzuka, da Seineca.
A maior parte dos consumidores deste segmento é cuidadosa, porém, sempre há exceções que acabam sendo negligentes. “A negligência quanto aos corretos intervalos de troca, aos bons procedimentos ou a utilizar filtros de qualidade ou de origem duvidosa. Quando há negligência, seja a curto ou longo prazo, é preciso algum tipo de manutenção corretiva, troca de peças ou até de se trocar um motor ou câmbio completo” – observa Toledo, da Sogefi. 


Mas ainda há muita negligência. “Isso se deve à falta de informação sobre características do produto e orientações sobre particularidades de cada tipo de filtro. O que mais se vê hoje em dia, não somente no mercado de transporte, mas em todos os demais, é uma substituição desenfreada de filtros, talvez pela facilidade e baixo custo” – aponta Sidnei Araujo, consultor técnico comercial pósvenda da Donaldson Latin America. 
Segundo ele, primeiro, trocam-se os filtros e, quando isso não resolve o problema, faz-se uma análise mais técnica para sua resolução. “A Donaldson se preocupa muito com a manutenção preventiva e investe cada vez mais em treinamentos presenciais e a distância, visando esclarecer e minimizar esta tendência negativa que vem ocorrendo no mercado” – destaca.
“Os motoristas sabem o básico sobre seu equipamento, muitos ainda mantêm uma ideia de que filtro se troca uma vez sim e uma não, o que não é verdade. Uma vez trocado o óleo, deve-se trocar o filtro, pois o filtro antigo estará saturado e contaminado com resíduos velhos. Caso não troque, poderá travar o motor. Muitos donos de caminhão acreditam que isso seja mito, mas não é” – diz João Lucena, da Wega Motors.
Muitos desconhecem até alguns itens existentes. “Ouço muito em minhas palestras: ‘Filtro do sistema de freio só quando estoura e vaza as bolinhas.’ O que é um erro, pois, se isso ocorre, é porque não estão trocando o filtro no momento certo ou estão esquecendo de fazer manutenção nos reparos a cada 40 mil km, entre outras manutenções” – alerta Lucena. 
Há várias manutenções corretivas dentro de oficinas terceirizadas e das garagens de ônibus devido à falta de manutenção preventiva. Os consultores técnicos da Filtros Turbo têm dados coletados em campo em visitas periódicas nas oficinas, transportadoras e empresa de ônibus. “Em palestras e reuniões, observamos que ainda falta atenção de alguns que trocam óleo e não trocam o filtro, usam o ar do compressor nos filtros do ar do motor, ainda existe, sim, negligência na manutenção preventiva” – aponta Pizani, da Filtros Turbo.
Proprietários e condutores de caminhões e ônibus sabem que devem seguir as especificações das montadoras. “Pelo contato que temos com o cliente final, oficinas reparadoras e postos especializados, notamos que os proprietários e motoristas de caminhões e ônibus têm bastante conhecimento da necessidade de seguir as especificações do fabricante sobre as trocas de filtros, o que representa a garantia do perfeito funcionamento dos motores e equipamentos desses veículos” – afirma Carlos Alberto Carvalhedo, gerente comercial da Delkraft.
“Muitos dos nossos clientes estão 100% concentrados na manutenção preventiva, pois sabem do montante que será desembolsado caso não sigam à risca as manutenções do veículo. E tem aquela fatia do mercado que ainda não realiza as manutenções corretas” – aponta Matheus Michelon, engenheiro de aplicação da Hengst. Com esse conhecimento de campo, a empresa tem feito um trabalho com frotistas e distribuidores, levando informações, treinamentos e novidades para a ponta e, aos poucos, vem conscientizando o máximo possível de consumidores e parceiros.
“Quem realiza a manutenção deve instruir os motoristas. Dependendo do tipo de operação do veículo, há a necessidade de um plano de manutenção” – afirma Gonçalves, da MannFilter. Não adianta, ainda há negligências na manutenção preventiva. “Muitos motoristas ainda não se atentam às necessidades de troca dos filtros nos períodos indicados pelas montadoras. Isso devido à falta de atenção na manutenção, que poderia ser evitada caso utilizassem cada vez mais o manual da fabricante do veículo” – alerta. 

Milhões para alto desempenho 
“As grandes montadoras globais de caminhões e ônibus gastam milhões de reais nas mais rígidas exigências em desempenho de filtros, nos quais realizamos testes de rodagem e laboratoriais para que o desempenho dos caminhões e ônibus sejam os melhores, sempre pensando na queda dos níveis de emissões e de consumo de combustível” – relata Cirino, da Parker.
Se não atendidas as recomendações de manutenção preventiva e fazer uso de filtros de baixa qualidade, segundo ele, ocasionará perda das características testadas e validadas e de garantias. “Recomendamos seguir as informações dos fabricantes e utilizar sempre filtros de boa qualidade para assegurar as mesmas performances que testamos e aprovamos junto das montadoras” – ressalta.
Para Baúte, da Polifiltro, falta muita informação no segmento de filtros e autopeças. “Além disso, devido ao pouco investimento, há um enorme atraso comparado com outros mercados, como o de pneus” – analisa.
A manutenção preventiva é a melhor e mais econômica opção. “Os problemas vão desde o colapso do motor, turbina, bombas, freio, sistema de injeção etc. A falha de uma peça ou sistema eletrônico pode causar acidentes e danos ao veículo e/ou terceiros” – avalia Hiratzuka, da Seineca.
Um dos principais efeitos é o desperdício de dinheiro. “Isso porque acarreta consumo excessivo de combustível, manutenções corretivas desnecessárias, aumento da emissão de poluentes passível de multas pelos órgãos de trânsito e ambientais, paradas não programadas do veículo etc.” – salienta Ronilso Toledo, da Sogefi. 
Segundo Madeira, da Freudenberg, se não houver o devido cuidado, todo componente pode se transformar em uma dor de cabeça tanto para a empresa de ônibus quanto aos passageiros. “Isso porque se o sistema de ar estiver sujo, favorecerá o aparecimento de microrganismos, como a proliferação dos fungos e bactérias, que podem afetar os passageiros, transformando-se em doenças respiratórias, infecciosas e alérgicas” – diz. 


“Frisamos em nossos treinamentos e visitas técnicas sobre a importância de fazer a prevenção dos sistemas de filtragem nos equipamentos, evitando a manutenção corretiva. Se os filtros falharem na retenção dos contaminantes, seja qual for o elemento a ser filtrado, o resultado será o colapso do equipamento e o prejuízo de grandes proporções” – orienta Araujo, da Donaldson. Para evitar estes danos, o Depto. de Suporte da empresa visa conscientizar os aplicadores e usuários finais da importância da manutenção preventiva.


Não fazê-la gera uma série de problemas para o veículo. “Realizar a manutenção preventiva conforme as recomendações e especificações do fabricante do veículo evita gastos desnecessários” – indica Eduardo Fischer, supervisor de Assistência Técnica da Mahle Metal Leve.
“Os problemas variam desde um mau funcionamento dos motores, passando por aumento de consumo de combustível, danos nas bombas e bicos injetores, desgaste prematuro de partes do motor até o travamento dele” – diz Carvalhedo, da Delkraft. Além de seguir as indicações de trocas de filtros dos fabricantes, a dica é utilizar produtos de marcas confiáveis que tenham garantia de procedência. 
“É possível encontrar empresas que os veículos batem 1 milhão de quilômetros rodados, e aquelas que não chegam a 200 mil quilômetros e já precisam abrir o motor para realizar uma retífica completa” – compara Michelon. Segundo ele, o importante é tentar ao máximo seguir as recomendações do fabricante e, se houver alguma dúvida sobre manutenção, entrar em contato com a equipe técnica da Hengst, que está sempre disposta a ajudar.
O proprietário de veículo da linha pesada deve verificar qual o filtro indicado no manual do fabricante. Os filtros de veículos pesados seguem as mesmas especificações de manutenção dos outros modelos de carro. Com as revisões feitas no período correto e seguindo as especificações, os filtros trabalharão de modo ideal. “Existem casos em que a manutenção é mais corretiva do que preventiva, por falta de leitura das informações e não seguirem as especificações. Assim, o custo de reparo é bem maior” – adverte André Gonçalves, da Mann-Filter.
“O principal problema é o aumento do custo total de operação e indisponibilidade do equipamento, o que gera falhas nos planos de entrega aos clientes envolvidos” – diz Salles, da Cummins. O consumidor deveria seguir os planos de manutenção preventiva conforme orientação dos fabricantes. “A execução do plano de manutenção não só potencializa a durabilidade conforme projetado, mas torna o equipamento com melhor valor de mercado” – enfatiza.
A Filtros Turbo orienta motoristas e donos de ônibus e caminhões que se atentem para a manutenção correta no sistema de filtração dentro dos períodos recomendados pelo fabricante, garantindo sempre condições para que se tenha um sistema funcional e de durabilidade dos motores, proporcionando menores despesas com as manutenções caso ocorram. 


Contato das empresas
Mann-Filter: www.mann-hummel.com
Wega Motors: wegamotors.com


Fonte: Revista Meio Filtrante

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