A filtração é responsável pela remoção de partículas suspensas, coloidais e microrganismos em geral presentes na água, que escoa através de um meio granular. “É a principal responsável pela produção de água com qualidade dentro dos padrões de potabilidade”, comentou o engenheiro químico e especialista em Gestão Ambiental Urbana pela UFRN Pedro Galvão, quando ministrou a palestra “A importância dos filtros no saneamento”, no “Abra Talks”, evento virtual mensal da Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais, no dia 17 de março. 

Com o processo de filtração, há a redução de turbidez, uma das indicadoras da eficiência do tratamento da água, ou seja, diminuição da concentração de partículas e microrganismos. “A turbidez tem papel fundamental na eficiência da desinfecção”, afirmou.

Legislação mais restritiva - Segundo Galvão, as normas mundiais para água de consumo estão se tornando progressivamente mais restritivas para os limites de turbidez da água filtrada. A Portaria 888/2021, que estabelece procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, alterou o  Anexo XX da Portaria de Consolidação GM/MS nº 5, de 28 de setembro de 2017, trazendo maior exigência com relação ao indicador de turbidez.

A tabela de padrão de turbidez para água pós-desinfecção ou pós-filtração estabelece na filtração rápida o valor máximo permitido de turbidez de 0,5 em 95 das amostras, a cada 2 horas, na filtração em membrana, o limite para turbidez é de 0,1 em 99% das amostras, a cada 2 horas, e na filtração lenta, turbidez de até 1,0 em 95% das amostras, com frequência diária. 

Durante a apresentação, Galvão citou também os tipos de filtros e filtração indicados para o saneamento. De acordo com a força motriz para passar a água – filtros de gravidade (abertos) e filtros de pressão (fechados). Conforme o escoamento, podem ser ascendente, descendente e dupla filtração. Já segundo o leito, monocamada ou multicamada e conforme a metodologia de lavagem, com água no fluxo ascendente ou descendente e com água e ar, em fluxo ascendente ou descendente. 

O “Abra Talks” contou com três momentos. Inicialmente, às 9h, Marcelo Bernardini, especialista na fabricação de filtros para controle de contaminação ambiental e consultor pela MBS Services, falou sobre “Despoeiramento Industrial”, depois foi a vez de Galvão, e, em seguida, às 10h, Attilio Gioielli, PM & Technical Service Senior da Schaeffler Group Brazil, apresentou o tema “Filtros automotivos: durabilidade e performance de autopeças”.

Para o presidente da Abrafiltros, João Moura “o tema apresentado só reforça a diversidade de aplicações dos filtros, com destaque para o tratamento de água, riqueza natural indispensável à sociedade”.

A próxima edição do Abra talks acontece no dia 7 de abril, das 09h às 11h. A programação do evento conta com os seguintes temas “Melhoria na confiabilidade de equipamentos hidráulicos e TCO, com Eng° Daniel Costa - Supervisor de Vendas da Hengst Filtration, “Processos de filtração no tratamento de água para o consumo humano, com Profa. Dra. Camila Clementina Arantes – UFABC e Filtros Automotivos & Veículos de Alta Performance, com Eng° Renan Franzoi - Gestor de projetos de alta performance.

As inscrições são gratuitas pelo link: https://lnkd.in/gDuUWgTk.

 

Criada em 2006, a Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais – tem a missão de promover a integração entre as empresas de filtros e sistemas de filtração para os segmentos automotivo, industrial, tratamento de água, efluentes e reúso, representando e defendendo de forma ética os interesses comuns e consensuais dos associados.

 

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